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POR QUE PULAR DEGRAU SE A GENTE PODE VOAR?
Tudo começou com um encontro inesperado com um ex-vizinho a muito tempo não visto. Eu mal podia acreditar que estava sendo convidada a participar de uma montagem na cia e a contracenar com atores antes apenas admirados de longe. Eu na platéia e eles nos grandes palcos.
Todo dia de manhã era um misto de sono, ansiedade, nervosismo e uma vontade de aproveitar essa oportunidade ao máximo. Não só para construir a Raquel mas também para crescer como pessoa e como profissional.Foi difícil deixar a minha timidez e baixa alto-estima de lado. Os primeiros ensaios foram aterrorizantes. Era a primeira vez que eu me encontraria com todo o elenco e minha interpretação iria ser posta a prova. Embora eu já tenha alguma experiência no palco, perto deles eu era mais uma iniciante. Temia não corresponder às expectativas da Cia.
Foi muito bom não passar por tudo isso sozinha. Eu e o Denys estávamos no mesmo barco, compartilhando os mesmos medos. Era sempre aquela troca de olhares nervosos quando algo não funcionava e as nossas conversas sussurradas no hall do teatrinho. Mas fomos bem acolhidos, aos poucos essa intimidação toda foi se desfazendo. Já nos sentiamos confortáveis e confiantes, mesmo com todos os sermões do Diretor. Não eramos mais atores de fora que vieram complementar um trabalho, fazíamos parte da Cia. Cacos de Teatro
Não me inspirei em alguém em particular. Assisti Alice no País das Maravilhas e observei as meninas/adolescentes ao meu redor. Interpretar a Raquel não foi fácil. Principalmente porque as minhas referências de criança e teatro infantil eram exatamente aquelas das quais a direção e a encenação queriam se afastar. E minha voz em nada colaborou para esse afastamento da estética infantilóide. Além disso vinha o receio de a Raquel ser a Ana, pois eu mesma ainda sou meio "menininha". Isso tudo me deixou muito retraída no início.
Mas sempre pude contar com o nosso preparador de voz, que junto comigo batalhou para que eu conseguisse melhorar volume, extensão e principalmente encontrar um tom mais grave para a Raquel. A melhora é bem visível, mas o caminho para crescer nesse quesito depende da minha dedicação e esforço. Como ele mesmo disse: "As ferramentas já estão aí".
E ainda tinham os olhos atentos da direção e da assistência que me mandavam relaxar e diziam que se algum dia a Ana Paula aparecesse eles iriam me avisar. A Raquel está surgindo e se transformando com o tempo.
Todo o processo até a estreia foi bem exaustivo e me rendeu vários hematomas, mas ainda assim, é emocionante e gratificante. Agora começa uma nova etapa: amadurecimento do espetáculo. Frio na barriga, afinal é a vez do público julgar o nosso trabalho.
Mal posso esperar para viajar com esse espetáculo. Nunca viajei para apresentar fora, mas sempre sonhei. É o que eu mais quero.
Não posso terminar esse post sem antes agradecer a Cacos pelo carinho e apoio e aos meus amigos que sempre me acolheram durante as minhas crises, mas principalmente por acreditarem em mim.
Obrigada por tudo e muita MERDA a todos!
Tudo começou com um encontro inesperado com um ex-vizinho a muito tempo não visto. Eu mal podia acreditar que estava sendo convidada a participar de uma montagem na cia e a contracenar com atores antes apenas admirados de longe. Eu na platéia e eles nos grandes palcos.
Todo dia de manhã era um misto de sono, ansiedade, nervosismo e uma vontade de aproveitar essa oportunidade ao máximo. Não só para construir a Raquel mas também para crescer como pessoa e como profissional.Foi difícil deixar a minha timidez e baixa alto-estima de lado. Os primeiros ensaios foram aterrorizantes. Era a primeira vez que eu me encontraria com todo o elenco e minha interpretação iria ser posta a prova. Embora eu já tenha alguma experiência no palco, perto deles eu era mais uma iniciante. Temia não corresponder às expectativas da Cia.
Foi muito bom não passar por tudo isso sozinha. Eu e o Denys estávamos no mesmo barco, compartilhando os mesmos medos. Era sempre aquela troca de olhares nervosos quando algo não funcionava e as nossas conversas sussurradas no hall do teatrinho. Mas fomos bem acolhidos, aos poucos essa intimidação toda foi se desfazendo. Já nos sentiamos confortáveis e confiantes, mesmo com todos os sermões do Diretor. Não eramos mais atores de fora que vieram complementar um trabalho, fazíamos parte da Cia. Cacos de Teatro
Não me inspirei em alguém em particular. Assisti Alice no País das Maravilhas e observei as meninas/adolescentes ao meu redor. Interpretar a Raquel não foi fácil. Principalmente porque as minhas referências de criança e teatro infantil eram exatamente aquelas das quais a direção e a encenação queriam se afastar. E minha voz em nada colaborou para esse afastamento da estética infantilóide. Além disso vinha o receio de a Raquel ser a Ana, pois eu mesma ainda sou meio "menininha". Isso tudo me deixou muito retraída no início.
Mas sempre pude contar com o nosso preparador de voz, que junto comigo batalhou para que eu conseguisse melhorar volume, extensão e principalmente encontrar um tom mais grave para a Raquel. A melhora é bem visível, mas o caminho para crescer nesse quesito depende da minha dedicação e esforço. Como ele mesmo disse: "As ferramentas já estão aí".
E ainda tinham os olhos atentos da direção e da assistência que me mandavam relaxar e diziam que se algum dia a Ana Paula aparecesse eles iriam me avisar. A Raquel está surgindo e se transformando com o tempo.
Todo o processo até a estreia foi bem exaustivo e me rendeu vários hematomas, mas ainda assim, é emocionante e gratificante. Agora começa uma nova etapa: amadurecimento do espetáculo. Frio na barriga, afinal é a vez do público julgar o nosso trabalho.
Mal posso esperar para viajar com esse espetáculo. Nunca viajei para apresentar fora, mas sempre sonhei. É o que eu mais quero.
Não posso terminar esse post sem antes agradecer a Cacos pelo carinho e apoio e aos meus amigos que sempre me acolheram durante as minhas crises, mas principalmente por acreditarem em mim.
Obrigada por tudo e muita MERDA a todos!
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